domingo, 19 de julho de 2009

Fantasias da Lua...

Faz hoje 40 anos que Neil Armstrong desceu da Apolo 11, pisando a Lua pela primeira vez, aí dando então "um pequeno passo para o homem, mas um grande passo para a Humanidade". De facto.

Assistimos pela televisão, a preto e branco...
Quem não tinha televisor, acorreu a casa de um generoso vizinho mais abonado, com posses para pagar o aparelho e a taxa mensal, ou então ao café mais próximo... ou talvez se tenha mesmo limitado a ver, incapaz de ouvir, de olhos postos numa montra de electrodomésticos com uma ou outra TV ligada, como técnica de vendas...

Um feito que fazia crescer o entusiasmo.

Grassava alguma incredulidade: «Será que foram dar a outro lado e julgam que estão na Lua?...» Dúvidas de gente de boa-fé.

Com a desconfiança própria dos homens informados que não encontram respostas para as suspeitas que teimam em desvendar, há quem ainda hoje reúna provas para defender a tese de fraude e conspiração, em que estariam envolvidos Richard Nixon, a NASA e Stanley Kubrick...
O Homem não teria chegado à Lua em 20 de Julho de 1969?!

Não creio.

Há aqueles que não escondem outro tipo de preocupações: «Os Verões já não são iguais, faz frio em vez de calor ou o inverso, chove demais ou de menos?... Desde que os homens se meteram a caminho da Lua...»
Mexeram com as nuvens e, obviamente, influenciaram a Meteorologia?!...

Também não creio.


Porém, tenho crenças.

A Lua é um satélite fiel e influente na nossa vida.
Poderá continuar a receber visitantes, exibir bandeiras, aceitar sondas e câmaras... dispensar pedaços de si que permitirão o avanço da Astronomia e da Ciência, em geral... tornar-se-á cada vez menos misteriosa para o Homem.

Contudo, conservará os seus mistérios...
Assim permanecendo cheia de encanto e magia.
A um ritmo certo, crescerá e minguará... será pródiga de luar e voltará a ocultar-se...
Sucederá ao Sol.
Manter-se-á ligada à noite, ao sonho, à inspiração.
Farta em fantasia.
Como nos habituou.

1 comentário:

Joaquim Chaves disse...

Encanto, magia e mistério foi, é e será para nós a atracção. Por algo que nos surge no espaço da noite em primeira linha. O caminho para o infinito.
Por outro lado a vida na terra é indissociável da influencia das fases da lua. Não só nas marés, nas sementeiras, na criação do ser, até na astrologia.
O lado mítico encanta mentes na busca de algo para lá do espaço e do tempo, que nos preencha a alma.
Este grande passo da humanidade foi também o desencanto. O que para alguns significa a vitória da tecnologia, significa para os profetas da desgraça, um mau presságio. O tempo veio provar que a desgraça e o progresso dependem do próprio homem e não de mitos duma entidade superior.
Carlos Drummond de Andrade, refere no seu poema, (tão inteligentemente postado neste blogue) que a maior viagem do homem é conhecer-se e respeitar-se a si mesmo, “…pôr o pé no chão do seu coração …” aprender a humanizar-se, a con-viver consigo próprio.
Este é e será sempre, de facto o maior desafio da humanidade, a nossa maior "fantasia da lua".
Parabéns professora pela forma inteligente como nos sequencia a cascata do seu saber.